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Cobra (1986)

29 outubro, 2008

Cobra é um dos clássicos da Sessão da Tarde e um dos filmes essenciais – na minha opinião – da longa e bem-sucedida – de novo, é a minha opinião – de Sylvester Stallone. Rodado em 1986, quando Stallone já começava seu distanciamento do grande público (Rambo II e Rocky IV foram produzidos um ano antes), Cobra segue o policial Marion “Cobra” Cobretti, ídolo do Zombie Squad, o baixo escalão da Polícia.

Na trama – baseada no livro Fair Game, de Paula Gosling – Cobra enfrenta uma organização criminosa chamada pela mídia de The Night Stalkers. Os outros detetives, principalmente Monte (Andrew Robinson), acreditam que o responsável por assassinar 16 pessoas até o começo do filme é apenas um homem. Porém, Cobra acredita se tratar de uma organização, o que depois se prova acertado.

Alguém tentando fazer uma leitura intelectual poderia dizer que se trata de uma crítica este contraponto entre o policial ‘de gabinete’ – no caso, Monte – e o policial com o bafo das ruas na cara – no caso, Cobra – que tem uma visão mais acertada do crime pois convive com a marginália. É claro, se alguém quisesse fazer uma leitura intelectual de algum filme, certamente não seria do Cobra.

Stallone emprestou o próprio carrro, um Mercury 1950, para as filmagens

Stallone emprestou o próprio carrro, um Mercury 1950, para as filmagens

As marcas características da interpretação de Stallone estão lá para o deleite de seus fãs: seu olho caído e sua voz de pamonha. Ele interpreta exatamente da mesma forma que faz em Rambo: não interpretando. Ainda assim, seu Cobretti é muito mais ‘machão’ do que o habitual, e uma metralhadora giratória de frases-prontas do tipo “você é a doença e eu sou a cura” ou “o tribunal é civilizado, mas eu não” que levam a torcida à loucura.

Além das belas frases-prontas (todo bom filme de ação tem de ter as suas), o ponto alto do filme é a atriz dinamarquesa Brigitte Nielsen (Ingrid) em sua terceira produção – os outros dois são Red Sonja, que protagoniza, e Rocky IV. Depois dessas pérolas do cinema americano, ela seguiria a linha trasheira, fazendo belos trabalhos como The Double 0 Kid, o clássico WIP-trash Chained Heat II e a bomba de FC Galaxis, além de estrelar com Eddie Murphy em Um Tira da Pesada 2 (Beverly Hill Cop 2). Aliás, momento fofoca: Stallone se apaixonou por Brigitte na época e saiu com ela… até descobrir que ela o traia com a sua SECRETÁRIA!

O filme recebeu seis indicações ao Framboesa de Ouro (Pior Filme, Pior Ator (Sylvester Stallone), Pior Atriz (Brigitte Nielsen), Pior Ator Coadjuvante (Brian Thompson), Pior Roteiro e Pior Revelação (Brian Thompson). E é o ápice da década Grim’n’Gritty (algo como ‘malvado e furioso’, os anos 80), com um protagonista mais anti-herói do que o habitual das outras produções – ele é ‘salvo’ de cometer um assassinato à sangue-frio no último minuto – e um grupo de vilões que praticam a violência sem motivo aparente. Um verdadeiro clássico direto da lata de lixo Hollywoodiana! 🙂

Brigitte Nielsen, que traiu Stallone com a secretária

Brigitte Nielsen, que traiu Stallone com a secretária

Pérolas do Cobra

BANDIDO: “Vou explodir esse supermercado!”
COBRA: “Vai fundo, eu não faço compras aqui.”

COBRA: “Você é uma doença e eu sou a cura.”

COBRA: “Isso faz mal para sua saúde”
MALANDRO: “O quê? Cigarro?”
COBRA: “Não. Eu.”

DETETIVE MONTE: “Você sabe que tem um problema de comportamento?”
COBRA: “Sim, mas ele é pequeno.”

INGRID: “O que você faz para relaxar?”
COBRA: “Procuro por encrenca.”

ASSASSINO: “O Tribunal é civilizado!”
COBRA: “Mas eu não.”

COBRA: “É aqui onde a lei pára e eu começo.”

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